Hoje, ainda não recuperei e nem estou conformada. De sapato de salto alto em verniz e vestido comprido, justo, cai-cai de alta-costura, lá fui eu em finos modos assistir ao acontecimento que há décadas tem marcado a história da televisão nacional, o Festival da Canção.Introduz-se a noite com o soberbo jantar que marca o encontro de todos os que adoram o Festival da Canção e da Eurovisão e que o reconhecem fazendo parte do clube de Fãs oficial a OGAE Portuguesa.
Terminou o jantar. Apercebo-me que apenas tinha superado os primeiros desafios que arrasaram com a minha noite que continha tudo para ser perfeita. Primeiro a árdua subida para o primeiro andar onde serviram o jantar. Nem a tentativa de consolo de serem só dois lances de escada, aliviaram a dura tarefa de elevar uma perna a seguir à outra de tão justo que estava o vestido, mas nada conseguiu abafar a minha aparição no salão. Tive toda a sala a contemplar o meu pairar por entre os presentes, dentro da minha super produção em traje de noite.
O pior veio com a ida à casa de banho. Tinha atacado forte e feio a sangria e a avantajada dose de picanha que tornou hercúlea o fechar, apertar, abotoar, calcar, etc., deixando a estranha sensação de eu ou o vestido, eventualmente, terminarmos rebentando pelas costuras.
Julguei, na minha vulgar inocência, que o episódio WC tinha sido o terror da noite, quando consciencializei que tinha de atravessar o Parque das Nações em propósitos de passadeira vermelha. Imaginem o horror que é sentir a cauda do meu vestido a arrastar pelas calçadas da cidade, numa longa e difícil caminhada.
(continua - não perder)

1 comentários:
Deves ter sido a unica de vestido comprido, entao. Não sabias levar os jeans como toda a gente?
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