Doce Gatinho!

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Não sei se foi do bigode, do fato imaculado, ou dos movimentos “sexys”, o que eu sei é que o Gato Fedorento, Zé Diogo Quintela, fez o sucesso a cantar “Bem Bom” na noite de passagem para o ano novo, como elemento integrante da antiga Girls Band portuguesa, As Doce.
Ah, eu sei! Não sei nada! Não sei porque não vi… quer dizer… ver, vi, mas não vi na noite de passagem para o novo ano. Vi nessas reposições que todos os canais de televisão fazem questão de emitir para aqueles assíduos telespectadores que decidiram não passar a última noite do ano, agarrados à TV.
Foi sem dúvida um momento único na televisão. Como bom consumidor de programas de televisão teria ficado desolado se me tivessem contado e eu não tivesse a oportunidade de voltar a ver.
Tenho a certeza que as Doce teriam sido um sucesso diferente se o quarto elemento fosse um jovem senhor a dançar e a cantar essa música bastante feminina. E isso tudo nos anos 80.
Não estou a ver, mas consigo imaginar… Um indivíduo como o gatinho Zé Diogo; bigode, uma ligeira barriguinha, fato, mas dessa vez com a camisa aberta, a vermos os pêlos e o grosso fio de ouro com a figa dependurada. Isso sim iria ser a verdadeira ousadia, o verdadeiro BACK televisivo. Brutal!
Talvez tivessem conseguido ganhar o Eurovision Song Contest em 1982, em Harrogate, no Reino Unido, ou talvez nem tivessem chegado aos primeiros lugares no Festival da Canção Portuguesa.
Mas, infelizmente, tal espectáculo só pôde acontecer nos primeiros anos desse milénio e mesmo assim num programa em que se pode fazer e dizer tudo, pois o humor é o maluco da família.
Temos que agradecer à RTP e aos Gato Fedorento o fantástico programa televisivo de entretenimento que aconteceu nessa noite. Um programa de bom gosto e muito inteligente, pelo menos por dois motivos, primeiro por se ter privilegiado a música portuguesa – com muito humor e simbolicamente, mataram todos os artistas estrangeiros que foram convidados, para que tivéssemos um espectáculo 99% português –, segundo e num contexto bastante actual, proporcionaram o reavivar da memória com excelentes bandas que já não ouvimos falar, mas que podemos ver que estão bastante actuais e que é bem bom relembrar. Foi sem dúvida inteligente, pois a maioria dos espectadores e telespectadores identificou-se com as actuações.
Mas com a certeza que, para além de voltar a ouvir o “ Conquistador” pelos Da Vinci, o que fica registados na memória do espectáculo português é a perturbante actuação do ousado Fedorento Quintela com as irreverentes Doce.



2 comentários:

Luís Ferreira disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Nuno Amado disse...

Já agora perguntar ao Sr quintela se ele se considera um português diferente dos outros... porque os outros (99%) são multados num "balúrdio e ficam sem cartade condução durante uns tempos, quando apanhados no crime de condução sobre o efeito do alcool... mas é mais fácil apontar o dedo aos OUTROS CORRUPTOS, quando nós próprios somos hipocritas o suficiente para fugirmos às leis, exactamente como aqueles a que nós apontamos o dedo NUMA ESPECIE DE HIPOCRISIA !
Tenho dito, se quiser pode apagar!
(mas não deixa de ser verdade)